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Parlamentares apóiam projeto de energia nuclear da Marinha

29/06/2007 - 18:42  

Os nove deputados e um senador que estiveram nesta sexta-feira (28) no Centro de Tecnologia da Marinha em Sorocaba (SP) avaliaram positivamente a visita e as informações que obtiveram sobre a energia nuclear. Segundo Takayama (PTB-PR), a ida ao centro contribuiu para que os parlamentares tivessem a dimensão de como o projeto de pesquisa da Marinha na área nuclear está avançado.

O deputado Edinho Bez (PMDB-SC) afirmou que mudou de opinião após a visita. "Hoje tenho consciência de que a energia nuclear é realmente limpa e segura", disse. Integrante da Comissão Mista de Orçamento, Bez prometeu lutar pela recuperação gradativa dos recursos orçamentários da Marinha para as pesquisas nucleares.

A Marinha promoveu a visita com o objetivo de conseguir apoio do Congresso para expansão das pesquisas. O diretor do Centro Tecnológico, almirante Carlos Bezerril, afirmou que são necessários R$ 130 milhões por ano para desenvolver as pesquisas nucleares na instituição. O centro opera hoje com R$ 34 milhões - valor previsto no orçamento de 2007.

Diversificação
Os deputados Augusto Carvalho (PPS-DF), Bel Mesquita (PMDB-PA) e João Almeida (PSDB-BA) ressaltaram a importância dos projetos da Marinha para a diversificação da matriz energética brasileira. Bel Mesquita afirmou que o Brasil não pode pensar em crescimento "sem um sólido plano de diversificação de suas fontes energéticas." Augusto Carvalho disse ser necessário somar, e não excluir. "Portanto, a energia nuclear deve ser mais uma fonte energética", declarou. Entretanto, em sua opinião, essa diversificação deve incluir também investimentos em outras fontes renováveis, como energia solar, eólica e das ondas do mar. Segundo Augusto Carvalho, o Brasil já fez muitos investimentos na área nuclear e, portanto, não deve desperdiçar o que já foi gasto.

O deputado William Woo (PSDB-SP) também afirmou que já existem, no Brasil, muitas obras interrompidas. Ele destacou que o País não pode mais desperdiçar recursos com a falta de continuidade dos projetos já iniciados.

Segurança ambiental
O deputado Edson Aparecido (PSDB-SP) ressaltou que a Marinha respeita todas as normas internacionais de segurança ambiental e que, portanto, os brasileiros não têm o que temer quanto à matriz energética nuclear. "O projeto é realmente seguro", disse.

O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) acrescentou que os projetos da Marinha, além de estratégicos, são fundamentais para o avanço do conhecimento científico no Brasil e para a autonomia energética do País. João Almeida (PSDB-BA) ressaltou que o Brasil tem grande potencial para extração de urânio e pode tornar-se, inclusive, um grande fornecedor desse produto no futuro.

Para Édio Lopes (PMDB-RR), interromper os programas de pesquisa da Marinha seria "um retrocesso". A vantagem da energia nuclear de não produzir gases de efeito estufa foi destacada pelo senador Augusto Botelho (PT-RR), que a considerou uma boa alternativa ao petróleo. A Marinha promoveu a visita com o objetivo de conseguir apoio do Congresso para expansão das pesquisas.

Angra 3
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitará o Centro de Tecnologia da Marinha - responsável pelo Programa Nuclear Brasileiro - em 10 de julho. O Conselho Nacional de Política Energética aprovou, na segunda-feira (25), o projeto de construção usina nuclear de Angra 3. Agora, caberá ao presidente acolher a decisão do conselho ou vetá-la.

A retomada da construção de usinas nucleares é uma tendência dos países emergentes, como o Brasil. Índia, Rússia e China já anunciaram a construção de 35 novas usinas.

Reportagem - Antonio Barros/ enviado especial a Sorocaba
Edição - Rosalva Nunes

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