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Frente contra o aborto quer informar a população

27/06/2007 - 22:30  

A falta de informação da população sobre o aborto e a forte pressão dos movimentos sociais favoráveis à sua descriminalização são os maiores problemas a serem enfrentados pelos que são contrários à prática. Essa foi a conclusão do primeiro dia de discussões do Seminário Sobre o Início da Vida, promovido pela Frente Parlamentar Contra a Legalização do Aborto - Pelo Direito à Vida para discutir aspectos científicos sobre o aborto e o início da vida.

O presidente da frente parlamentar, deputado Leandro Sampaio (PPS-RJ), afirmou que o objetivo é trazer o debate para dentro do Congresso Nacional. "A proposta é fazer com que esse debate aconteça aqui dentro do Congresso, e também nas casas legislativas nos estados e nos municípios, para que a população possa se inteirar sobre essa coisa absurda que é a legalização do aborto", disse.

A deputada Jusmari Oliveira (PR-BA) afirmou que, como o aborto é classificado como crime, os que são contra a prática não se mobilizaram e agora sofrem a pressão dos grupos pró-legalização. "Aqueles que querem descriminalizar o aborto e usar como bandeira a defesa da legalização, a permissão do crime, vêm atuando há anos nos movimentos sociais e, principalmente, nos movimentos feministas, e criaram lideranças que conseguiram mandatos populares comprometidos com a defesa da descriminalização do aborto", afirmou.

Ela se declarou feminista e disse que é contrária ao aborto por se tratar de mais uma violência contra as mulheres.

Ampliação do debate
Para o deputado Henrique Afonso (PT-AC), a discussão é fundamental não só no Congresso, mas também no Judiciário e no Executivo. "Há um consenso mundial sobre a inviolabilidade da vida, mas não sobre quando começa a vida", observou.

A frente parlamentar também vai realizar seminários regionais em diversas cidades brasileiras. O primeiro deles será em agosto, em Petrópolis (RJ).

Argumentos científicos
Segundo a bioquímica e professora da Universidade de Brasília (UnB) Lenise Martins, o que interessa discutir não é quando começa a vida, e sim quando se forma um novo indivíduo. Ela lembrou que cada ser humano traz em sua primeira célula todo o seu código genético.

Alice Teixeira Ferreira, médica e cientista biofísica da Universidade Federal de São Paulo, recriminou a indústria que se formou nos Estados Unidos desde a legalização do aborto na década de 70 e que hoje conta com tabela de preços para os órgãos dos bebês abortados.

A cientista disse ainda que as células provenientes de embriões congelados não têm a capacidade de se transformar em tecidos diferenciados, como defendem alguns. Esse tipo de pesquisa é mais viável com o sangue do cordão umbilical ou com a placenta, segundo ela.

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Reportagem - Karla Alessa/Rádio Câmara
Edição - Marcos Rossi

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