Ciência, tecnologia e Comunicações

Câmara avalia programa de acesso de estudantes à internet

27/06/2007 - 20:03  

Uma reunião do Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica, nesta quarta-feira, deu início à análise do programa Um Computador por Aluno (UCA), do governo federal, que pretende ligar à internet todos os estudantes da rede pública (federal, estadual e municipal). É a primeira avaliação de política pública do conselho, que já promoveu estudos sobre biodiesel, dívida pública e centros vocacionais de tecnologia.

Proposta pelo deputado Marcondes Gadelha (PSB-PB), a avaliação será relatada pelo deputado Paulo Henrique Lustosa (PMDB-CE). Lustosa acompanhou nos últimos dias 22 e 26 uma comitiva do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que veio ao Brasil conhecer a experiência brasileira em duas escolas de ensino fundamental, nas cidades de São Paulo e Porto Alegre.

Testes
Em abril deste ano, o governo deu início a testes com 1.640 computadores portáteis em cinco escolas públicas escolhidas para o projeto piloto: Ciep Rosa da Conceição Guedes, em Piraí (RJ); Colégio Estadual Dom Alano Marie Du Noday, em Palmas (TO); Escola Estadual Luciana Abreu, em Porto Alegre (RS); Escola Municipal Ernani Silva Bruno, em São Paulo (SP); e Cief da Vila Planalto, em Brasília (DF).

Os protótipos foram desenvolvidos por três fabricantes: Intel, Mobilis e OLPC. Este último é a sigla em inglês para o projeto "um notebook por aluno" (one laptop per child), desenvolvido pelo pesquisador Mário Negromonte, do Massachusets Institute of Technology (MIT). Idealizador do projeto, Negromonte criou a Fundação OLPC para disseminar a inclusão digital no mundo.

Investimento
No encontro com os deputados do conselho, o coordenador do programa UCA e assessor especial da Presidência da República, Cezar Santos Alvarez, explicou que o governo vai investir R$ 60 milhões para adquirir 150 mil unidades em 2008 e dar início a uma rede experimental. O número de estudantes beneficiados equivale a apenas 0,5% do universo de alunos da rede pública brasileira, mas representa uma escala para demonstrar a viabilidade do programa. Um dos protótipos custa 170 dólares (o equivalente a cerca de R$ 340) por unidade, mas o preço pode ser reduzido com a fabricação em escala.

O presidente do conselho, deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), ressaltou o alcance social do projeto para a juventude brasileira - que, segundo ele, será o próximo foco da crise que o País atravessará se nada for feito para promover a inclusão dos jovens na era do conhecimento. O deputado Ariosto Holanda (PSB-CE) sugeriu a integração do programa às escolas técnicas e centros vocacionais de tecnologia dos governos federal e estaduais.

Os computadores, que também serão disponibilizados aos professores, terão uma configuração básica que permita aos estudantes usarem a internet para pesquisa e, ao mesmo tempo, se integrarem a uma rede que ligará todo o sistema.

Para isso, os computadores serão dotados de antena de recepção e transmissão de sinal da rede sem fio (rede wi-mesh), o que significa que cada um será uma antena de transmissão do sinal em banda larga. A escola instalará uma antena de recepção e os computadores retransmitirão o sinal à medida que se afastarem da escola, permitindo integração de todos à rede.

Notícias anteriores:
Professora defende gratuidade de programa na rádio digital
Aprovado estudo sobre capacitação tecnológica

Reportagem - Cid Queiroz/Assessoria de Imprensa
Edição - João Pitella Junior

(Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura `Agência Câmara`)

Agência Câmara
Tel. (61) 3216.1851/3216.1852
Fax. (61) 3216.1856
E-mail:agencia@camara.gov.br
SR

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.