Sindicato diz que mudança prejudicará o comércio
23/05/2007 - 18:44
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Material Elétrico e Aparelhos Eletrodomésticos do Estado de São Paulo (Sincoelétrico), Marco Aurélio Sprovieri, afirmou que a adoção de novo padrão de plugues e tomadas representa uma barreira técnica aos produtos chineses e americanos, que possuem plugues com pinos chatos, e também às exportações brasileiras para esses países. Ele acrescentou que se trata de uma barreira técnica imposta também às micro e pequenas empresas, que recentemente "foram levadas à certificação pelos padrões antigos e agora terão que se certificar pelo novo padrão". Para Sprovieri, essa dificuldade pode levar a uma cartelização do mercado, pois haverá menos produtores, resultando em menor oferta e aumento de preços para consumidores e varejistas.
O coordenador técnico da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Luiz Alberto Zanardi, sugeriu um prazo maior para que os produtos eletroeletrônicos brasileiros sejam submetidos à padronização compulsória. Ele propôs prazo até janeiro de 2009 no caso dos plugues bipolares (com duas pontas) e até janeiro de 2014 para os demais (plugues bipolares com fio terra separado, e plugues com três pinos). Zanardi defendeu ainda que os produtos eletroeletrônicos atualmente disponíveis no comércio não tenham prazo-limite para sua comercialização.
Porém, o diretor de Qualidade do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), Alfredo Lobo, ressaltou que um novo adiamento poderia colocar o regulamento em descrédito. Ele salientou que a norma que padroniza os plugues e tomadas - da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - foi promulgada em 1998. Em 2000, foi estabelecida a compulsoriedade da certificação por essa norma e dado prazo até janeiro de 2006 para as adaptações. Esse prazo, afirmou, foi adiado mais de uma vez. "As empresas tiveram tempo hábil para se adaptar", avalia.
Multiplicidade de padrões Reportagem - Luciana Mariz
O gerente do Departamento de Tecnologia e Política Industrial da Associação Brasileira da Indústria Elétrica Eletrônica (Abinee), Fabián Yaksic, ressaltou que existem hoje no País pelo menos 14 tipos de plugues e tomadas, o que, para ele, leva à necessidade de padronização. Yaksic acredita que a redução do número de modelos levará a uma economia de escala para os fabricantes, que poderão comercializá-los por preços até menores, o que significa que não haverá aumento de custos para o consumidor final.
Edição - Marcos Rossi
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