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Programa de ensino médio pernambucano é modelo de sucesso

22/05/2007 - 22:44  

A Comissão de Educação e Cultura conheceu, nesta terça-feira, um projeto bem sucedido de educação em tempo integral aplicado em Pernambuco. O Programa de Desenvolvimento dos Centros de Ensino Experimental (Procentro) surgiu em 2004, é adotado hoje em 20 escolas - de Petrolina, no extremo oeste do estado, a Recife - e tem 9.815 alunos, a maioria escolhida entre os estudantes do ensino médio da rede pública.

Os estudantes ficam na escola das 7 horas da manhã às 5 horas da tarde, numa estrutura que conta com laboratórios de ciências, línguas e informática; bibliotecas; e salas de aula temáticas, de acordo com a disciplina estudada. Os 434 professores, também selecionados na rede pública, recebem uma bolsa como incentivo financeiro.

A gerente do Procentro, Marilene Montarroyos, explica que o programa é uma parceria da iniciativa privada com o governo estadual de Pernambuco. "A empresa privada entra com o investimento e o estado entra só com o custeio. Então, o custo fica bastante razoável para deixar esses jovens realmente preparados para a vida. Eles passam o dia inteiro tendo três refeições, livro didático, fardamento e todo o tipo de laboratório para a prática pedagógica exitosa", destacou.

Entre os resultados positivos em três anos de atividades do Procentro, Marilene Montarroyos destaca as baixas taxas de repetência (2,3%) e de evasão escolar (2,24%) dos alunos, o índice de 67% de aprovação no vestibular e a nota no Exame Nacional do Ensino Médio bem superior à média nacional - 51,7, contra 44,15.

O deputado Raul Henry (PMDB-PE), que pediu a realização da audiência, considera que a experiência do Procentro deve ser tomada como referência a ser aplicada no País inteiro e defendeu mais investimentos em educação. "É um projeto que começa como um piloto, mas que tem todas as condições de ser expandido, como já está acontecendo em Pernambuco. É claro que ele envolve uma ampliação do financiamento da educação. O Brasil gasta hoje aproximadamente R$ 1.950 por aluno ao ano e, nesse modelo de educação, esse valor vai para R$ 2.500, mas isso não é um custo que esteja fora das possibilidades do Brasil", afirmou.

Incentivos fiscais
O presidente do Conselho Consultivo da Philips da América Latina, Marcos Magalhães, é um dos investidores privados no projeto. Segundo ele, o investimento médio é de R$ 600 mil para a instalação de cada centro de ensino.

O executivo da Philips chegou a sugerir aos parlamentares a criação de incentivos fiscais para os empresários que investem em educação. Segundo ele, os empresários que hoje investem no programa o fazem de forma voluntária e por um sentimento de responsabilidade social. Magalhães sugeriu que a dedução tributária seja feita sobre algum tipo de contribuição, como a CPMF.

O deputado Severiano Alves (PDT-BA) argumentou, porém, que uma educação de qualidade pode ser facilmente assegurada, desde que a União, os estados e os municípios apliquem corretamente os percentuais que a Constituição determina serem investidos na área. O parlamentar lembrou ainda que a área ganhou mais recursos com a aprovação do Fundeb.

Reportagem - José Carlos Oliveira/Rádio Câmara
Edição - Marcos Rossi

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