Cidades e transportes

Chinaglia defende votação de projetos sobre trânsito

23/04/2007 - 14:06  

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, defendeu a inclusão de temas referentes à segurança do trânsito na agenda da Câmara e do Senado, uma das maneiras de pautar esses assunto, segundo Chinaglia, é por meio da cobrança da sociedade. O presidente participou nesta manhã de sessão solene em homenagem à primeira Semana Global das Nações Unidas de Segurança Viária e em memória das vítimas de trânsito no Brasil.

Chinaglia afirmou que a insegurança viária tem se revelado um problema social grave, que envolve deficiências em áreas como segurança, educação e políticas urbanas. O presidente também argumentou que a segurança viária afeta as finanças públicas, com impacto direto sobre o desenvolvimento de vários países. "A hospitalização, a conseqüência de seqüelas e a reabilitação significam, além de sofrimento, custos para diversos setores do aparato estatal que poderiam ser minimizados com ações e programas consistentes de prevenção de acidentes. O Brasil gasta, com esse grave problema, mais de R$ 5 bilhões por ano".

Apesar de defender uma pressão maior da sociedade para que o Congresso analise projetos relativos ao tema, o presidente da Câmara disse que os parlamentares estão "atentos à questão". Ele citou, como exemplo, a decisão da Comissão de Segurança Pública da Câmara de criar uma subcomissão especial para acompanhar a situação do trânsito no País e a aplicação do Código de Trânsito Brasileiro. "Os parlamentares consideraram o momento oportuno, principalmente em razão de o Código de Trânsito completar dez anos em 2007", afirmou, assinalando que a legislação nessa área já precisa de ajustes e atualizações.

Educação e renda
Chinaglia propôs ainda que a Casa intervenha para que os cerca de R$ 3 bilhões arrecadados anualmente com multas sejam investidos em campanhas educativas e na fiscalização do trânsito. Segundo ele, a impunidade é uma dos grandes responsáveis pelo crescimento do número de acidentes. Chinaglia lembrou que ele próprio foi vítima de um acidente de trânsito no ano passado.

Para Chinaglia, os problemas no trânsito ainda envolvem injustiças socioeconômicas, já que a principal vítima é normalmente a população de baixa renda. O presidente classificou de "carnificina" as conseqüências dos acidentes de trânsito no Brasil e no mundo. "Cerca de 1,2 milhão de pessoas morrem no mundo, por ano, em conseqüência de acidentes de trânsito, número comparável à quantidade de mortes causadas por grandes epidemias, como a malária e a tuberculose. Além disso, milhões de outras pessoas são feridas ou ficam com deficiências irreversíveis. No Brasil, registramos a cada ano mais de 350 mil acidentes com vítimas, 35 mil mortos e 450 mil feridos", afirmou.

Mapa da Violência
O autor do requerimento para a sessão solene, deputado Hugo Leal (PSC-RJ), lembrou que há pouco tempo a Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OIE) divulgou o chamado Mapa da Violência no Brasil - referente ao ano de 2004 - que já alertava para o alto índice de mortes provocada por acidentes de trânsito. "Quando o mapa da violência contou 48.374 assassinatos, tivemos 35.570 pessoas que morreram vítimas de acidente nos transportes terrestres, a imensa maioria vítimas fatais do trânsito no Brasil,", comentou. "Devemos estar em permanente estado de choque pelas mortes provocadas pelos acidentes nas ruas e estradas brasileiras. Infelizmente, como essa tragédia se repete a cada carnaval, a cada feriado, a cada reveillon, muitos parecem estar simplesmente anestesiados, como se os dados da violência no trânsito não fossem tão graves como o número de homicídios."

O deputado fluminense explicou que o objetivo da primeira Semana Global das Nações Unidas sobre Segurança é aumentar, em todo o mundo, a percepção sobre o impacto da violência no trânsito e incentivar o debate sobre ações para reduzir o número de vítimas e promover a mobilização da opinião pública sobre o tema. "A violência nas vias e rodovias é um problema mundial e 85% dessas mortes se dão em países de baixa e média renda, no qual o Brasil está incluído. O número de feridos pode chegar a 50 milhões por ano, e o custo dos acidentes para todos esses países chega a 100 bilhões de dólares anuais [cerca de R$ 205 bilhões]".

Reportagem - Rodrigo Bittar
Edição - Natalia Doederlein

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